quinta-feira, 22 de abril de 2010

A ocupação da Fábrica da Fiação contada pelos dois lados da barricada





Domingo, 25 de Abril, celebram-se 36 anos da Revolução dos Cravos. Os tempos que se seguiram foram recheados de excessos revolucionários e contra-revolucionários que hoje são contados muitas vezes com humor. Mas na altura ninguém tinha vontade de rir. Como no caso da ocupação da Fábrica da Fiação de Tomar pelos trabalhadores, a 5 de Fevereiro de 1975.

João Elvas fez 14 anos no dia da Revolução dos Cravos mas só dez meses depois tomou consciência extrema do que significava a época. Filho de José Manuel Cure Rezende Elvas, que juntamente com o cunhado António Trindade dos Santos, administrava a Fábrica da Fiação, em Tomar, não esquece o dia 5 de Fevereiro de 1975. Vivia com o pai numa das casas dos administradores, situadas dentro dos portões da fábrica, e através da janela do quarto, viu que nessa manhã os trabalhadores tinham-se concentrado em piquetes no exterior. As portas foram fechadas a cadeado e ninguém estava autorizado a trabalhar.
Os salários da Fiação, que empregava na data cerca de 1200 pessoas, não estavam em atraso mas “o descontentamento era geral e havia a certeza absoluta que a fábrica ia fechar”, recorda Júlio Godinho, 59 anos, da antiga comissão de trabalhadores.

(Reportagem completa aqui)

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