quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Idoso burlado em cinco mil euros




Um idoso foi abordado numa rua de Tomar por três homens “bem-vestidos” e acabou por ficar sem cinco mil euros da sua conta, que levantou no interior de uma agência bancária em Lisboa, para onde o levaram. Em troca deram-lhe uma carteira cheia de papéis
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Sentado na soleira da porta da sua casa, em Porto Mendo (Madalena, Tomar) encontrámos um homem completamente desolado, na passada segunda-feira, 28 de Janeiro. “Fui endrominado”, explicou ao nosso jornal Manuel Peres Nunes, 72 anos, pedreiro reformado, não conseguido conter as lágrimas enquanto nos confirmava ter sido alvo de uma grande burla.
Tudo aconteceu na sexta-feira, 25, pelas 10H30, quando estacionou a sua motorizada na Rua dos Arcos, em Tomar e se preparava para ir à Caixa Geral de Depósitos. “Estava em frente à farmácia da Misericórdia quando um indivíduo sai de um carro, olha-me com os olhos muito arregalados e pergunta-me se não conheço um construtor fulano tal”, começou por explicar ao nosso jornal.
Manuel Peres Nunes não sabe muito bem explicar o que se passou em seguida mas a conversa envolveu dinheiro e empréstimos monetários pelo que, pouco tempo depois, acabou dentro da viatura deste homem, que se fazia acompanhar por mais dois indivíduos, que aparentavam ter cerca de 35/40 anos, e seguiram em direcção a Lisboa. Antes, já lhes havia mostrado a sua caderneta onde os burlões verificaram que o idoso tinha depositado na conta cerca de 15 mil euros, fruto da poupança de uma vida inteira dedicada ao trabalho duro. O idoso só parou de trabalhar aos 70 anos para poder usufruir de uma reforma de cerca de 360 euros mensais.
Pelo trajecto os homens iam falando que necessitavam de dinheiro para mandar rezar “uma missa por alma a alguém” e mal chegaram à capital pararam numa agência da Caixa Geral de Depósitos, que o septuagenário não soube especificar qual era, e ali entrou acompanhado por um dos homens e pediu em seguida para efectuar um levantamento de cinco mil euros, dinheiro que guardou num envelope.
Os três indivíduos terão depois exigido o dinheiro ao idoso e, já com o envelope na mão, disseram-lhe para aguardar por eles ali na rua, que viriam mais tarde. Em troca deram-lhe uma pasta preta que diziam conter dinheiro mas que o idoso viria a descobrir que estava cheia de papéis. “Primeiro ainda lhes disse que não lhes dava dinheiro nenhum mas depois começaram a pressionar-me e comecei a pensar que ainda me matavam e acabei por lhes entregar o dinheiro todo”, contou muito triste por ter sido vítima de burla.
Sozinho na capital, “em jejum” e sem nada poder fazer, a Manuel Peres Nunes só restou almoçar “ com o dinheiro que tinha na carteira”, meter-se no comboio e regressar a Tomar, o que aconteceu cerca das 18 horas.
Manuel Peres Nunes optou por não fazer queixa na polícia. “Na polícia não podem fazer nada. Anda uma pessoa uma vida inteira a trabalhar para ficar sem mil contos desta maneira”, atestou com os olhos rasos de lágrimas.

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