sexta-feira, 9 de março de 2012

A vocação para a pintura depois de um AVC

Há cerca de dois anos, António Oliveira estava tranquilamente sentado ao balcão da sua ourivesaria, de óculo no olho, pinça na mão a observar uma peça minúscula para arranjar um relógio. Era sábado, acompanhavam-no a esposa e a filha. Discutiam o que iam fazer para o almoço. A certa altura, caiu o óculo e a pinça e o relojoeiro, sempre consciente, sabia que algo de errado estava a acontecer consigo. Tentou mover-se para beber água mas o corpo não respondia. “Foram os bombeiros que me tiraram da cadeira”, conta. Seguiu-se um ano de fisioterapia em Ourém para recuperar os movimentos do lado direito do corpo. O relojoeiro, pessoa que sempre foi independente, caiu numa depressão. “Andava desvairado de todo porque estava pendurado em tudo. Tinha tensões altas pela pressão de querer fazer e não poder”, confessa. Apesar de ter o Santuário de Fátima a poucos metros, não foi na fé que se refugiou mas no posto médico que existe no interior do espaço que acabou por encontrar “o milagre”. Foi medir a pressão arterial e uma médica, sugeriu-lhe que começasse a desenhar. Apesar de relutante acabou por aceitar e saiu-se bem. Acabou integrado num grupo que reúne semanalmente com uma professora de desenho. “Só tenho a 4.ª classe mas aceitaram-me bem e os meus desenhos foram apreciados”, refere. Recuperou por completo do AVC e voltou a trabalhar na sua profissão. A pintura transformou-se num hobbie e tem quadros seus em exposição numa loja do Centro Comercial Fátima. Os quadros são figurativos e impressionam pela intensidade que transmitem. A maioria representa rostos humanos e há até quem tenha descortinado entre eles um auto-retrato. António Oliveira, que adoptou “Antory” como nome artístico só nunca desenhou relógios. Reportagem completa aqui

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