sábado, 16 de junho de 2012
Ensinar a pintar e a cozinhar com os azeites da região
O pintor italiano Massimo Esposito, radicado em Portugal há 25 anos, foi a estrela
principal na tarde de sexta-feira, 30 de Abril, no Mercado Criativo de Abrantes. Munido
de um avental mas também de telas, tintas e pincéis foi convidado pela TAGUS –
Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior a cozinhar no
âmbito da iniciativa “Merendas com Personalidade”. Não esquecendo as suas raízes,
escolheu dar a provar a Pasta, confeccionado este típico prato com os produtos locais
e os hortofrutícolas do núcleo PROVE do Ribatejo Interior. Paralelamente, o pintor, de
55 anos, deu indicações de como vai funcionar o workshop “Pintura com Azeite, Ouro
Líquido da Região”, desenvolvido por esta associação e os produtores locais de azeite,
onde as tintas são concebidas com azeite em vez de óleo de linho. O pintor refere que
desenvolveu a técnica, bastante utilizada no Renascimento, permitindo que a secagem
seja mais rápida que naquela época. “É mais difícil pintar a azeite do que a óleo de linho porque enquanto este último seca ao fim de três, quatro dias, enquanto o azeite, com o calor, pode dilatar e criar alguns problemas. É esta técnica que vou ensinar”, explica. O curso realiza-se em Abril, sendo composto por uma sessão teórica e três sessões práticas nos olivais dos produtores dos Azeites da Nossa Terra. Em Junho, os quadros dos formandos vão ser expostos ao público no Mercado Criativo. O objectivo passa por “valorizar os produtos locais, olhando para eles, neste caso o azeite, de uma uma forma criativa” refere Pedro Saraiva, da organização.
Carrinhos de rolamentos na aldeia de Soudos
A adrenalina que emanava dos concorrentes contagiou as cerca de quinhentas pessoas
que, no domingo 13 de Maio, assistiram à “I Grande Descida em Carrinhos de
Rolamentos” nos Soudos, uma aldeia que tem a singularidade de integrar as freguesias
do Paço, Torres Novas e Paialvo, em Tomar. Joshua Ventura, 14 anos, residente na
povoação, foi um dos setenta e cinco inscritos, participando com um veículo construído
com a ajuda do pai, Florindo e do irmão mais velho, Mitchell, que arrecadou o prémio
de carro mais original. Construido em três dias com materiais que foram encontrados lá
por casa, entre uma cama de molas, dois candelabros e duas cangas de bois, foi
baptizado com o nome “Carro dos Flinstones”. Ganhava a corrida quem fizesse os cerca
de duzentos metros do acentuado declive da Rua Nossa Sra. do Pranto, já pertencente
ao lado de Tomar, no menor espaço de tempo e sem tocar ou derrubar os obstáculos
colocados ao longo do percurso. Não foi o caso de Joshua que, ao desviar-se de um pino,
acabaria por perder tempo uma vez que ficou imobilizado, terminando a corrida em
34,6’ segundos. Antes de ser empurrado pela descida abaixo, apesar de estar equipado
com capacete, óculos, cotoveleiras e joelheiras, Joshua manifestou o receio de “ficar
todo partido contra uma parede” mas acabou por correr bem até porque a organização
colocou alguns fardos de palha e pneus velhos, ao longo do percurso, para ajudar a
amortecer possíveis quedas. A ideia desta corrida partiu de alguns jovens residentes na
aldeia que formaram o grupo Soudos em Movimento. “Com este e outros eventos,
pretendemos angariar fundos para recuperarmos o campo desportivo de Soudos. Mas
também pretendemos dinamizar a aldeia, cativando e mobilizando a população para
actividades diversas e dessa forma promover o espírito associativo, de cooperação e
convívio”, explica Tiago Franco, da organização.
Os médicos que curam a tristeza
Todas as quintas-feiras, João Ricardo Aguiar e Maria de Jesus Rocha, transformam-
se em Dr. Sarmento e Dra. da Luz na pediatria do Hospital de Rainha Santa Isabel em
Torres Novas. O casal, natural de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, chegou este ano
a Portugal e com ele trouxe o Projecto Dr. Palhaço, apadrinhado pela Companhia de
Teatro “Pouca Terra” do Entroncamento, que tem a missão de resgatar a alegria, o bem-
estar e a confiança na vida das crianças hospitalizadas, bem como dos pais e familiares.
Internada há pouco tempo, a Irís, de três anos, ouve atenta a flauta do Doutor Palhaço,
que atrai depressa a atenção de outras crianças. Como é o caso de Soraia, que estava
bastante chorosa e voltou a sorrir quando a magia do Dr. Sarmento entrou em acção. O
casal, com um filho de quatro anos, trabalha neste projecto há dez anos e reconhece que
nem sempre é fácil lidar com crianças debilitadas mas tem um truque: “Tentamos ver
a criança e não a doença, tentado fazê-la interagir com a figura do palhaço”. Os pais e
familiares não são esquecidos e também recebem mimos. “É muito gratificante quando
vemos que os pais conseguiram relaxar durante algum tempo, enquanto brincamos com
as crianças”, atesta Maria de Jesus. Apesar de inicialmente estar destinada apenas à
Pediatria, as “consultas” do Dr. Palhaço foram solicitadas nas mais diversas alas deste
hospital, aliviando a tensão gerada pelo ambiente hospitalar e despertando uma postura
mais positiva em relação à doença e ao tratamento. Porque a tristeza também tem cura.
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