quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O fardo que carrega quem não sabe ler nem escrever



Alexandrina Prazeres abandonou a escola aos seis anos para tomar conta dos irmãos. Apesar de ser saudável e bem-disposta, precisa de ter sempre alguém ao seu lado para a ajudar porque quem não sabe ler precisa sempre de um amparo.


Quando estacionámos o carro de O MIRANTE em frente a casa de Alexandrina Prazeres, moradora no Bairro 1.º de Maio em Tomar, mesmo sem anunciarmos presença, a porta abriu-se de imediato. A tomarense esboçou um sorriso e convida-nos a entrar e, após dizermos ao que vamos, replica algo desapontada: “Ah! Pensava que me vinha oferecer emprego”. Não identificar a repórter, mesmo que esta se faça transportar num carro identificado como é o nosso caso, foi o primeiro sinal do fardo que Alexandrina Prazeres carrega aos 44 anos, fruto de nunca ter aprendido a ler nem escrever.
Natural de Tomar, Alexandrina chegou a frequentar a 1.ª classe mas a mãe, que trabalhava sozinha no campo de sol a sol, precisava de alguém para tomar conta dos irmãos mais novos. Aos seis anos fazia a lida da casa, cozinhava, apanhava azeitona e ia ao mato buscar feixes de lenha à cabeça, conta quem só em adulta aprendeu a assinar o nome a copiar. Os tempos eram outros, as prioridades também e os dias foram passando sem que regressasse aos bancos da escola. Melhor destino tiveram os seus irmãos que aprenderam a ler e a escrever.

Reportagem completa aqui

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Acto de vandalismo destrói toneladas de tomate a agricultor da Golegã




Produtor acredita que acto foi feito “por desfeita” e vai apresentar queixa na
GNR.


Um agricultor da Golegã ficou com metade da sua produção de tomate estragada depois
de alguém lhe ter entrado com um carro pelo campo de plantação, dizimando tudo o que
encontrava pela frente. Ao todo contabiliza a destruição de seis fileiras de tomate, cerca de 50 toneladas, “prontinho para ser apanhado”, metade do que tinha sido plantada em Abril. Joaquim Barroso, 55 anos, “agricultor toda a vida”, nem queria acreditar nos seus olhos quando na manhã de sexta-feira, 27 de Agosto passou junto do tomatal, com cerca de três hectares, que tem na Requeixada, Golegã. Quem conhece o campo como ele sabe que a ramada do tomate tem uma altura homogénea, neste caso cerca de 40 centímetros, pelo que viu logo que algo não estava bem. O agricultor constituiu uma empresa familiar de produtos hortícolas que, em colaboração com associação Agromais, consegue vender para as fábricas da região.

Na passada segunda-feira, 30 de Agosto, as palavras ainda lhe custavam a sair, abalado com o acto que não tem dúvidas em classificar como “vandalismo” uma vez que nada foi roubado. “Fizeram pouco de mim. Isto só pode ter sido praticado por alguém que me quer fazer alguma desfeita”, refere com uma calma aparente, mão no queixo e um
leve encolher de ombros. O prejuízo é avultado mas Joaquim Barroso prefere não
divulgar números. Minutos antes foi o filho Rui, 32 anos, o interlocutor desta conversa, mostrando-nos do alto da sua “pick-up” o rasto de destruição deixado ao longo de mais de um quilómetro. As marcas do carro, “que teria que ter rodas altas para fazer um serviço destes” são ainda bem visíveis no terreno. O calor abrasador que se faz sentir nesta tarde exala o cheiro do tomate maduro. Rui, que ajuda o pai na produção pega em algumas ramadas desolado. Os tomates maduros pisados misturam-
se com os verdes e agora vai ser recolhido com a máquina mas pouco ou nada se vai
aproveitar.

Noticia completa na edição de 02 de Setembro